A orientação do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe) sobre como os fiscais de prova do Enem deveriam proceder diante dos problemas identificados no sábado - cartão-resposta com cabeçalho invertido e impressão defeituosa de parte dos cadernos de questões amarelos - chegou, por e-mail, 38 minutos depois de iniciado o exame. O consórcio Cespe e Cesgranrio foi contratado por dispensa de licitação para aplicar e corrigir as provas. Em nota, o órgão, vinculado à Fundação Universidade de Brasília, disse que os problemas só foram detectados após o início do exame. O e-mail ENEM 2010 - URGENTE, a que o Jornal O Estado teve acesso, foi enviado aos supervisores para alertar das falhas e apontar "soluções possíveis". Diz o texto: "Ao que parece, algumas folhas desse caderno (amarelo) estão misturadas com o caderno de questões do tipo branco." Quanto à diferença de numeração das questões na prova e no cartão-resposta, o e-mail pede para "desconsiderar o subtítulo (...) que identifica as áreas".Segundo supervisores ouvidos pelo Estado, as primeiras instruções vieram dos coordenadores locais após a entrega das provas aos candidatos. "Até ligamos para o Cespe em Brasília, mas só dava ocupado", contou uma fonte de Aracaju, que trabalhou numa escola em que "quase todas" as provas amarelas tinham problemas. "Só vi o e-mail na segunda-feira. Não fui orientada a levar computador para a escola. Nem teríamos como ficar abrindo o e-mail, trabalhando num concurso grande como esse."
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