Dos
103 prefeitos cearenses que podem tentar a reeleição neste ano,
aproximadamente 75 pretendem disputar novamente a prefeitura na qual
exercem mandato. Segundo dados da Confederação Nacional dos Municípios
(CNM), oito desses gestores já descartaram a possibilidade de se
candidatarem e outros 17 ainda estão indecisos.
Enquanto isso, partidos políticos elaboram estratégias e já se preparam
para dar suporte às eventuais candidaturas, inclusive montando as
estruturas para a campanha. No Ceará, os partidos com maior número de
prefeitos que pretendem tentar se reeleger são PSDB, PMDB, PT, PSB e
PSD. Considerando o segundo mandato a oportunidade de consolidação da
gestão, dirigentes e articuladores políticos de algumas dessas siglas
comentam a avaliação da administração de seus prefeitos e contam como as
agremiações vêm se preparando para a disputa. Para o presidente
estadual do PSDB, Marcos Cals, em geral, os prefeitos de seu partido tem
sido bem avaliados no Ceará.
Segundo ele, embora a executiva estadual não tenha realizado pesquisas,
os próprios prefeitos têm feito e apresentado esses estudos à sigla.
“Eles têm vindo aqui e mostrado pesquisas feitas por eles mesmos. A
gente faz a análise das pesquisas para saber da viabilidade das
candidaturas, se tem rejeição. Saber onde pode melhorar e em que o
partido pode contribuir para melhorar”, diz. Marcos Cals afirma que
todos os candidatos do PSDB terão o apoio integral da executiva estadual
e do ex-senador Tasso Jereissati. Cals informa que o PSDB tem 28
prefeituras no Ceará, mas a estimativa é de que a sigla lance 55
candidatos e consiga eleger ou reeleger pelo menos 30 prefeitos.
Equipe
O PSDB já começa a se estruturar para a campanha deste ano. Segundo
Marcos Cals, além de encontros e cursos de formação política para os
pré-candidatos, a sigla começa a preparar a sua equipe visando a disputa
deste ano. Para isso, foram iniciadas conversas com algumas produtoras e
feitos alguns contatos para selecionar pessoas que trabalham com mídias
digitais. A maioria dos petistas com mandato no Ceará também deverá
pleitear a reeleição. Para o coordenador do Grupo Eleitoral da sigla no
Nordeste, deputado José Guimarães, a disputa desses prefeitos é
importante porque seria o segundo mandato o momento de consolidar a
gestão. “No primeiro mandato, você arruma a casa. No segundo, é que você
consolida”, explica. Conforme Guimarães, cada município administrado
pelo PT faz um acompanhamento próprio para saber como a gestão vem sendo
avaliada pelo eleitorado. “Temos uma radiografia positiva, e quase
todos os prefeitos do PT são candidatos.
As avaliações tem melhorado”, afirma. Segundo ele, o “exitoso” Governo
Federal, o fato de o partido ser “o melhor avaliado” no País, as boas
experiências de politicas públicas municipais das administrações
petistas e a aliança com PSB a nível estadual, que deve ser reproduzida
em parte dos municípios do Ceará, são fatores que devem propiciar um bom
resultado eleitoral. Diante disso, informa Guimarães, o PT está
adotando pelo menos quatro estratégias para trabalhar as candidaturas:
mostrar a realização das administrações do partido, vincular os feitos
às políticas desenvolvidas pelo Governo Dilma, orientar para que sejam
firmadas alianças e mostrar o significado do PT para a conquista da
democracia.
Sobre as estruturas para a campanha, ele diz que não está na época de
preparar estruturas físicas e contratação de pessoal: “Cada município
vai cuidar disso”. Outro partido com expectativa de reeleger um grande
número de prefeitos é o recém-criado PSD. De acordo com o dirigente
Almircy Pinto, 27 dos 40 gestores da sigla no Estado querem tentar a
reeleição. “Na última eleição para prefeito (em 2008), dos que foram
candidatos a reeleição, 76% se elegeram. Se temos 40 prefeitos e vão 27,
é possível supor que pelo menos 22 têm chances, se esse índice se
manter o mesmo”, considera. Para o dirigente do PSD, no momento as
pesquisas de avaliação dos gestores são interessantes e estão sendo
feitas pelos próprios prefeitos, mas não definitivas. Ele afirma que a
reeleição faz parte de um processo normal e que, atualmente, o PSD tem
trabalhado no sentido de instalar e estruturar o partido nos municípios
cearenses.
Base
“A gente está indo onde temos prefeitos para mostrar a importância da
eleição municipal para o partido, porque é aí que vamos criar nossa base
para o futuro”, explica Almircy. Sobre a preparação do PSD para a
campanha eleitoral, Almircy Pinto disse que a maioria dos prefeitos já
têm alguma estrutura, inclusive de profissionais, por terem concorrido
nas últimas eleições municipais e que o partido está trabalhando como
pode. “Ainda não temos fundo partidário, então, ao invés de gastar com
estrutura técnica, estamos priorizando a formação política de
candidatos”, aponta. O PMDB contabiliza 110 pré-candidatos no Ceará,
dentre os quais estão vários prefeitos. O presidente Eunício Oliveira
afirma o seu partido já tem um padrão de discussão e que, em função das
eleições, essa agenda se mantém com pequenas adaptações. Conforme
Eunício, o PMDB deverá seguir uma estratégia básica para tentar reeleger
seus prefeitos. “O discurso do PMDB é para que a população escolha o
que for melhor para a comunidade”, afirma.
Dessa forma, a agremiação deve trabalhar comparações entre gestões.
Sobre a estrutura para as eleições, Eunício disse que o PMDB se difere
de outros partidos por procurar adotar uma postura mais municipalista na
utilização do fundo partidário e, com a divisão desses recursos, a
organização estrutural é constante. “É um dos poucos que, ao receber o
fundo partidário, divide para uma capilaridade grande. Então, a
movimentação sobre a estrutura é constante no partido”.
Diário do Nordeste
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