E como se não bastassem
essas duas importantes linhas de pesquisa, eis que uma terceira também
passou a ser estudada. “Por uma questão de mecanismo de ação, deduzi que
uma molécula que agia em câncer poderia agir em HIV”,
conta Pianowski. Ele explica que alguns testes toxicológicos já foram
feitos na França. Agora, o próximo passo é iniciar os testes em macacos
nos Estados Unidos.
O nome científico Euphorbia tirucalli pode não dizer muita coisa para
pacientes de câncer. Mas, quando se fala em avelós, alguns já conhecem e
se animam. Originária da África, a planta se adaptou bem ao Nordeste.
Mas é preciso ter cuidado com ela: especialistas alertam que o avelós é
muito tóxico, e que só o contato com o látex (conhecido como leite) pode
lesionar a pele, os olhos e causar alergias.
Mesmo
com propriedades tóxicas, o potencial do avelós é grande.
Quem explica é
o doutor em Tecnologia Farmacêutica pela Universidade do Porto e
coordenador dos estudos financiados pela empresa cearense Amazônia
Fitomedicamentos, Luiz Francisco Pianowski. “Provamos a ação para câncer
em vários testes iniciais. Fizemos testes com animais, testes toxicológicos para provar que era seguro dar a humano. E depois chegamos a humanos”, conta.
A
pesquisa com o avelós começou em 2003 e não se restringiu ao câncer.
Com o tempo, e por causa dos pacientes que tomavam as conhecidas
‘garrafadas’ (preparações elaboradas com plantas medicinais) feitas com
avelós e diziam não sentir dor, os pesquisadores foram investigar se a
planta podia funcionar contra isso. “Realmente achei uma molécula,
isolei no meu laboratório, começamos a trabalhar e aí a surpresa é
grande”, comemora o pesquisador.
Os bons resultados obtidos até agora pela equipe do pesquisador Luiz Francisco Pianowski podem representar a esperança para muitos pacientes.
Mas é preciso prudência na hora de falar de resultados. Os estudos
demandam tempo; até que possíveis medicamentos cheguem ao mercado,
costumam se passar anos. Mesmo assim, as pesquisas com o avelós são
animadoras, tanto que, cada uma, possui um financiamento de mais de R$
30 milhões, segundo Pianowski.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A pesquisa com o avelós começou em 2003. Está sendo estudada a ação da planta contra o câncer, a dor e o HIV. Testes estão sendo feitos por pesquisadores. O financiamento das pesquisas é de mais de R$ 30 milhões.
Via: O Povo Online
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