Uma entrevista coletiva realizada hoje à tarde em Taubaté, interior
de São Paulo, esclareceu que a professora Maria Verônica Aparecida César
Santos, 25, não estava grávida de quadrigêmeos. Para enganar a família e
até mesmo o marido, segundo afirmou o advogado dela, Maria Verônica
usou uma barriga de silicone com enchimento de tecido.
O desfecho da dúvida se havia ou não a gravidez aconteceu nesta
madrugada. A mulher teria passado mal e familiares se mobilizaram para
levá-la ao hospital. Ela recusou atendimento médico e teria assumido a
farsa.
O advogado Marcos Antonio Leite recebeu a informação por volta de 3h da
manhã. Segundo ele, o marido, Kléber Eduardo Melo Vieira, entrou em
estado de choque e teria chorado compulsivamente no momento em que viu
que a barriga tinha apenas pedaços de tecidos e silicone.
Ao se deparar com a cena da falsa gravidez, o então advogado teria
pedido ajuda ao colega, Enilson de Castro, que agora cuida do caso. “Nem
o marido a tocava, ela dizia que estava com estrias e o marido
acreditou na gravidez”, comentou Castro, que não quis revelar o real
motivo da mulher em fantasiar uma gravidez, alegando a necessidade de
uma conversa mais aprofundada com a cliente, já que teria assumido o
caso às pressas, ainda na madrugada. Entretanto, não descarta a
possibilidade de alegar problemas mentais na linha de defesa de Maria
Verônica.
Uma provável justificativa para a farsa, não confirmada nem desmentida
pelo advogado, seria a falta de atenção da família, já que o casal
estava há cerca de cinco anos sem contato com os familiares que não
aceitavam o relacionamento dela com o marido. “Ela se mostrou bastante
arrependida”, disse o advogado.
Mesmo afirmando não conhecer a barriga e não desconfiar da mulher, o
marido da falsa grávida pediu afastamento do trabalho para cuidar da
família. De acordo com Castro, o pedido de licença médica por estresse
foi aprovado pelo serviço médico da empresa em que trabalha.
Com a maior dúvida respondida, se a mulher estaria grávida, agora a
polícia deverá ouvir outros familiares. De acordo com o delegado
responsável pelo caso, Ivahir Freitas Garcia Filho, presente na
entrevista coletiva, a mulher deverá prestar esclarecimentos na próxima
semana e poderá ser ouvida em domicílio, a pedido da defesa que busca
preservá-la do assédio das pessoas.
A pena por falsidade ideológica e uma eventual vantagem sobre as doações
recebidas podem levar a professora a pegar de um a quatro anos de
reclusão. “Ela se perdeu no caminho e não achou meios para se
encontrar”, comentou o delegado. “Pelas pessoas que conversamos, tudo
levava a crer numa farsa. Tínhamos quase certeza que ela não estaria
grávida”, declarou.
Segundo o advogado que agora defende a falsa grávida, “ela se
prontificou a devolver as doações”. Caso algum doador recuse a
devolução, ela prometeu fazer doações. Maria Verônica teria uma consulta
psiquiátrica nesta tarde.
Fonte: Agência Estado
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