O cemitério ecumênico de Santa Maria,
no Rio Grande do Sul, está lotado na manhã desta segunda-feira (28)
para o enterro das vítimas do incêndio que atingiu a boate Kiss durante
uma festa universitária no domingo, no centro da cidade. Foram
confirmadas 231 mortes pela prefeitura do município. No local, no bairro
Patronato, devem ocorrer 58 sepultamentos. De acordo com a
administração, houve 33 pela manhã. Os corpos chegam de funerárias, do
ginásio em que ocorre o velório coletivo e de centros comunitários.
Segundo o secretário adjunto de Infraestrutura e Obras, Alexandre
Brasil, são previstos cerca de 150 enterros nos quatro cemitérios
municipais - além do Ecumênico, há o São José, Pau-a-Pique e Jardim da
Saudade.
O sentimento no cemitério ecumênico é de total consternação. Caso dos
familiares de dois irmãos que morreram na tragédia. Eles tinham 17 e 20
anos, de acordo com os amigos Vinicius e Timóteo Fonseca, que são
primos: "Situação é horrível, não tem como explicar", disse Timóteo,
após conversar com os pais. O mais velho cursava direito, enquanto o
mais novo estava começando o curso de agronomia.
"Eram jovens normais, estudavam, estavam se divertindo", diz Eduardo
Machado, delegado do município de Agudo, cuja esposa é prima dos dois
irmãos. Acostumado a lidar com situações complicadas, o delegado
comentou como tentou confortar os pais. Os jovens eram os únicos filhos
do casal Marcia e Marcelo. "Minhas posições e de todas as pessoas que
trabalham desde ontem é minimizar o sofrimento. É difícil. Tenho colega
que perdeu filho, primo...".
Sobre o sentimento de revolta que toma algumas pessoas, que acreditam
que a tragédia poderia ser evitada, Eduardo Machado garante que a
polícia e outras autoridades mobilizadas estão fazendo esforço para
concluir a investigação. "Ontem (domingo) 10 pessoas foram ouvidas.
Medidas cautelares já estão sendo cumpridas, foram solicitadas prisões,
também cumpridas", salientou. "A cidade está parada, em luto. O trânsito
hoje se resume das capelas aos cemitérios", encerrou o delegado. A
família não autorizou imagens, nem quis falar no momento de despedida.
Via: G1
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