
O publicitário foi a Santa Maria para comemorar o aniversário da mãe e
recebeu o convite de dois primos para ir à boate enquanto jantava na
casa de uma tia. “Eu não queria ir à festa, mas eles insistiram e acabei
indo”, contou. Ao chegar à porta da Kiss, Henrique de Abreu foi
surpreendido pela informação de que não poderia entrar no local com a
roupa que estava vestindo – bermudas e camiseta.
Henrique conversou com o G1 por telefone. “Eu disse
aos meus primos que iria em casa e depois retornaria com a roupa
adequada, mas acabei não voltando”, detalhou. O publicitário disse que
foi acordado de madrugada com ligações feitas pelos primos, que
conseguiram escapar do estabelecimento, e por amigos que moram em outros
estado e ficaram sabendo do incêndio pela imprensa. Todos queriam saber
se ele havia conseguido entrar na boate. “Muita gente de São Paulo,
Pernambuco e de Natal me telefonou”.
Ao saber da notícia, Henrique de Abreu resolveu ir até a boate Kiss
para prestar socorro às vítimas. “Era um cenário de guerra. É muito
diferente saber de um acontecimento desses pela TV e presenciar o fato”,
falou o publicitário.
“Nessa hora todo mundo vira bicho”. Henrique Abreu disse que as pessoas
'criaram força' para tentar quebrar as paredes do estabelecimento que,
segundo ele, eram muito espessas. “Pessoas chorando, gritando, sem saber
o que fazer. Foi horrível”, lembrou. Os dois primos de Henrique que
conseguiram sair da boate realizaram exames médicos e foram liberados.
Entre os mortos está o agrônomo Sílvio Beurer Júnior, que completava 32
anos no domingo (27). Ele era amigo de infância de Henrique Abreu. “O
velório dele foi emocionante e muito triste”. O publicitário disse que o
clima em toda a cidade é de consternação. Na segunda-feira (28), poucas
lojas abriram e o comércio quase todo estava parado, de acordo com
Henrique.
Henrique ainda está em Santa Maria. Ele tem retorno marcado para Natal, onde mora e trabalha, para a próxima segunda-feira (4).
Via: G1
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