sábado, 4 de fevereiro de 2012

CORRUPÇÃO É O MAIOR DESAFIO PARA O BRASIL VIRAR POTÊNCIA


A queda em série de ministros por supostas irregularidades é apenas a ponta do iceberg da corrupção que corrói o Brasil de forma endêmica, atravessa a política e representa um de seus maiores desafios para se consolidar como potência econômica mundial, segundo especialistas.

"Somos um país rico, mas com costumes de países pobres", declarou Gil Castello Branco, presidente da Contas Abertas, uma ONG especializada na luta contra a corrupção.

Das estatísticas ao cinema, passando pelas denúncias diárias da imprensa, a corrupção é retratada no Brasil como um monstro de sete cabeças, sendo apenas a mais visível a relacionada com a política (o suborno, o pagamento de favores e o tráfico de influência), mas não menos grave que a ineficiência estatal e a corrupção policial.

Incorporada à história brasileira, a corrupção é uma das maiores preocupações das classes alta e média em tempos de bonança, e potencial ameaça para os milionários investimentos realizados pelo Brasil para acolher o Mundial de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, segundo analistas.

"Acredito que, na mesma proporção em que aumenta a quantidade de grandes obras, o risco de corrupção também sobe. O corrupto vai onde o capital está", disse Castello Branco.

A sexta economia mundial é a pior classificada depois da China entre os países mais ricos em relação à corrupção, segundo o índice de Transparência Internacional.

Desde a criação, em 1995, deste indicador, que reflete a percepção de empresários e especialistas diante da corrupção no setor público, o Brasil tem uma classificação média de 3,7 em uma escala de um a 10, sendo 1 o mais corrupto.

Consumo do PIB
A corrupção custa todos os anos aos brasileiros entre 1,4% e 2,3% do PIB, uma porcentagem que pode alcançar os US$ 146 bilhões, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que apresentou em dezembro um dos poucos estudos que tenta quantificar o problema.
CPN

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